quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Vida de pesquisadora amadora [2]

Por: Elaine Novaes Falco.

Vida de pesquisadora amadora [2]
RICARDO WAGNER, pintor e cenógrafo.

Pois continuei minhas pesquisas, e quase por acaso descobri os Boletins Informativos da Casa Romário Martins. Foi uma daquelas coincidências que acontece quando a pesquisa é tão interessante, que parece um pano de fundo para as atividades cotidianas. Era um dia comum, entrei em um “sebo” sem nenhum interesse em particular, encontrei à venda um Boletim Informativo com fotos de época, e lá estava, no final do volume, uma longa relação de outros boletins que depois viria a saber, há muito estão esgotados e só podem mesmo ser encontrados à venda nos sebos da cidade, ou fotocopiados da Biblioteca na Casa da Memória.

E entre estes, havia o BOLETIM INFORMATIVO DA CASA ROMÁRIO MARTINS, vol. XIX, nº 99, editado em setembro de 1992, título AUGUSTO STRESSER E A ÓPERA SIDÉRIA. A pesquisa biográfica foi realizada por Roberto Sérgio Stresser, e a pesquisa da ópera, por Clara Satiko Kano, e conta com fotografias do acervo da família Stresser e da Casa da Memória de Curitiba.

Entre estas fotografias, encontra-se a fls. 23, uma foto do Theatro Guayra no início do século, quando ainda se localizava onde hoje está a Biblioteca Pública do Paraná. Um prédio surpreendentemente bonito, querem ver?



Este boletim traz outras informações, sobre os responsáveis pela cenografia e figurinos. A fls. 22, dois primeiros parágrafos, consta que:

“O cenário para o primeiro ato ficou a cargo de Ricardo Wagner. Já o segundo e terceiro atos foram caracterizados pelos cenários pintados por Guilherme Lobe. Tanto este, como aquele, procuraram enfocar a paisagem paranaense.

Quanto ao figurino para as prima-donas, foi Albertina Gonçalves quem os executou. Já os trajes usados pelas camponesas foram, por elas mesmas executados.”

Descobri assim que algo não mudou em um século: quando faltam verbas para a produção, o coro fica responsável pela produção de seu próprio figurino, no todo ou em parte.

E descobri também o nome de mais um artista plástico na cenografia da ópera, senhor RICARDO WAGNER. Mas sobre este, só encontrei esta informação!
O boletim traz ainda, a fls. 25, foto identificada como da estréia da Ópera Sidéria. Será este fundo arborizado, a obra do senhor Ricardo?


domingo, 15 de maio de 2011

GUILHERME LOBE, pintor e cenógrafo.

Vida de pesquisadora amadora [1]
(Texto de Elaine Novaes Falco)

Esta semana resolvi, também, fazer postagens sobre aquilo que AINDA estou pesquisando, na esperança de que mais alguém conheça do assunto, e tenha as informações das quais estou “correndo atrás”. Quem sabe?

Buscando informações sobre a estréia da Ópera Sidéria, quero saber mais sobre a cenografia, que ficou sob a responsabilidade de GUILHERME LOBE, o “pintor scenographo” cujo nome era anunciado ao pé da publicidade do jornal curitibano DIÁRIO DA TARDE de 02 de maio de 1912, periódico de propriedade de Arthur Obino, com slogan “folha de maior circulação no Paraná” (e acredito nisso, pois a pesquisa realizada para esta postagem, na seção de documentação paranaense da Biblioteca Pública do Paraná, periódicos, aparentemente confirma a propaganda).



(Recorte da terceira folha, do jornal Diário da Tarde de 02 de maio de 1912. Pesquisa realizada na Seção de Documentação Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná)



Na Wikipédia, é possível encontrar disponível uma foto da estréia, ao fundo a última tela cenográfica de autoria de Guilherme Lobe.



(Imagem disponível na internet, ficheiro Wikipédia, http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Elenco_da_%C3%B3pera_Sid%C3%A9ria.jpg)


Infelizmente, só encontrei esta foto, com imagem do cenário do terceiro ato. Faz sentido: lembro que também nas produções das quais participei, a maioria das fotos era tirada ao término do espetáculo, priorizando o cenário do último ato. Se considerar ainda a dificuldade em fotografar, na tecnologia do início do século XX...

Mas a curiosidade é grande: os cenários foram comentados nos jornais da época, já que o nacionalismo era então uma vanguarda artística. A matéria de primeira página do jornal Diário da Tarde do dia 07 de maio de 1912, trazia ao final o comentário sobre como tais cenários eram apreciados pelo público. Informa ainda que o primeiro ato tinha “a paisagem dos nossos campos, feita com uma suavidade de tintas encantadoras. À frente no primeiro plano destaca um pinheiro solitário, que dá ao largo fundo uma impressão agradável e indefinida das tardes quietas e serenas. O do 3º ato é uma fantasia, em que as cores vivas contrastam com as tintas negras da paisagem lúgubre”, encerrando com elogio à “bela inspiração do Sr. Lobe”.



(Recorte da primeira folha, do jornal Diário da Tarde de 07 de maio de 1912. O comentário citado, neste recorte encontra-se na terceira coluna, antecedendo matéria intitulada “Águas Minerais de São Lourenço”. Pesquisa realizada na Seção de Documentação Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná)


Mas estas fotografias existiram. Isso o afirma “nosso” Diário da Tarde, em pequena nota de sua publicação em 23 de maio de 1912, primeira página, divulgando a repercussão continuada do grande sucesso sob o título “Echos da ‘Sidéria’”, E comenta que na vitrine da casa Vitrix encontravam-se expostas esplêndidas fotografias de várias cenas da ópera Sidéria, com trabalho fotográfico do próprio Guilherme Lobe.
Onde estarão?


(Recorte da primeira folha, do jornal Diário da Tarde de 07 de maio de 1912. O comentário citado, neste recorte encontra-se no primeiro parágrafo da nota intitulada “Echos da Sidéria”, ao pé de página da segunda coluna. Pesquisa realizada na Seção de Documentação Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Augusto Stresser e a Poesia

Aí vai uma poesia do meu avô Chama-se PRIMAVERA e foi escrita por volta de 1908.

PRIMAVERA

" Enflora-se o arvoredo. É a primavera.
Rosas rebentam álacres; de flôres
Bordam-se os vergéis e os arcos de era;
E as andorinhas fazem seus amores.

Bandos de Borboletas multicores
Passam no ar: e o longo inverno passa...
Cantam as aves pelos arredores
E a natureza de festões se enlaça.

Desfez-se o véu da quadra fria e triste
E dos montes redoira alegre os flancos
A luz do Sol. Da neve nada existe.

Assim como êsse inverno, bem quisera
Também se fôssem meus cabelos brancos
E voltasse-me a antiga Primavera.


"O poema foi dedicado a Silveira Netto"



Esta feliz contribuição ao blog foi gentilmente cedida pela sra. Bia Stresser , neta de Augusto Stresser.

terça-feira, 22 de março de 2011

Onde se passa a Ópera Sidéria.

No dia 17 de janeiro de 1894, um batalhão de 639 homens formado por forças republicanas (pica-paus), chefiado pelo General Antônio Ernesto Gomes Carneiro, enfrentou bravamente as forças revolucionárias formadas por cerca de 3 mil combatentes (maragatos), membros do Exército Libertador, comandados por Gumercindo Saraiva. Cerca de 500 pessoas morreram no Cerco, entre as quais o General Carneiro. O conflito que culminou nas ruas da Lapa teve início no Rio Grande do Sul e se alastrou pelos três estados do Sul, chegando até o Rio de Janeiro, com objetivo de depor o Marechal Floriano Peixoto. A ação implicou na queda de Tijucas e Paranaguá e na tomada de Curitiba. A Lapa, último obstáculo para as forças contrárias à República, resistiu por 26 dias até assinar a Ata de Capitulação (rendição).

AUGUSTO STRESSER – UMA VÍTIMA DA GRIPE ESPANHOLA

AUGUSTO STRESSER – UMA VÍTIMA DA GRIPE ESPANHOLA
(por Elaine Novaes Falco)

Curitiba, março de 2011, neste fim de semana começa o outono.
Porém, e inobstante os alardeados avanços da medicina, ainda nos preocupamos a cada mudança de estação, com as doenças sazonais que – pasmem! – nem são tão diferentes assim, daquelas que preocupavam as gerações que nos precederam. A cada verão, o risco de epidemia da “deng”. E desde 2009, a cada novo inverno, Curitiba estremece e retorna aos vidros de álcool gel, tentando precaver da gripe H1N1, que já foi conhecida como “suína”... ou como a conheceu Augusto Stresser: “gripe espanhola”.

Todos aqueles que tem a felicidade de conhecer o trabalho e a obra que Augusto Stresser deixou para a posteridade, pergunta-se: até onde este artista poderia ter chegado, se a morte não o tivesse tolhido tão jovem, com apenas 47 anos.

Stresser foi uma vítima da Gripe Espanhola, a pior pandemia mundial do século XX. Até hoje, não se tem conhecimento da origem geográfica desta pandemia, mas se sabe que começou a ser detectada entre os soldados sobreviventes da Primeira Guerra Mundial, na Europa, e se espalhou por quase toda parte do mundo. O termo “espanhola”, como em geral acontece nestes casos, deriva de uma situção oportuna. A Espanha, que não havia participado da guerra, foi o primeiro país cuja imprensa noticiou amplamente, o fato e a quantidade de pessoas que estavam adoecendo e morrendo desta pandemia surpreendente. Mas a gripe espanhola também foi conhecida como “gripe pneumônica”, “peste pneumônica”, ou simplesmente “pneumônica”, e foi causada por uma virulência frequentemente mortal, de uma estirpe do virus Influenza A, do subtipo H1N1 – o mesmo que ressurgiu em 2009.

A primeira observação da pandemia ocorreu em 11 de março de 1918, nos Estados Unidos da América. Em abril do mesmo ano, registrou-se alarmante número de casos entre soldados das tropas francesas, britânicas e americanas que se encontravam estacionadas em portos de embarque da França. No mês seguinte, em maio, a doença já havia chegado à Grécia, Portugal e Espanho. Em junho, a Dinamarca noticiava um sem número de ocorrências. Em agosto, era a vez dos Países Baixos e Suécia.

Na falta de estatísticas confiáveis, calcula-se que a Gripe Espanhola afetou metade (50%) da população mundial, tendo matado entre 20 a 40 milhões de pessoas. Estima-se, entretanto, que este número possa ser ainda maior, porque não há cômputo do desenvolvimento nos países orientais, como China e Ìndia.
No Brasil, em 24 de setembro de 1918, retornou ao país a Missão Médica enviada para ajudar no esforço de guerra francês. Estas pessoas haviam sido atingidas pela gripe no Porto de Dacar (Senegal), na época uma colônia francesa. Na mesma época, chegou ao país o paquete Demerara, vindo da Europa, também com passageiros portadores da gripe epidêmica.

Em poucos dias, a doença se propagou pelo país. Irrompeu em Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Amazônia. Paraná. Foram registradas em torno de 300 mil mortes relacionadas à gripe suína, entre eles muitos nomes ilustres, inclusive o Presidente da República, Rodrigues Alves, em 1919.

Em Curitiba (vide blog http://historia.abril.com.br/fatos/furia-gripe-espanhola-433549.shtml), a epidemia foi assim noticiada:

“Já morrem 24 pessoas por dia em Coritiba”, dizia uma manchete do dia 14 de outubro. Na mesma data, um anúncio: “Precisa-se de dois cocheiros na Empreza Funerária de P. Falce”. Essas manchetes dos jornais da época reproduzidas no livro O Mez da Grippe (assim mesmo, com essa grafia), de Valêncio Xavier, dão uma idéia do quadro assustador. A reação entre os curitibanos foi de pânico. Por causa disto, as notícias a respeito foram censuradas. O livro mostra a primeira página do jornal Diário da Tarde, em que, de um artigo sobre “A Influenza”, só ficou o título – o resto está em branco. Já o Commercio do Paraná adotou uma atitude diferente; a epidemia seria apenas uma gripe comum. Mas teve de admitir, em 25 de outubro: “A nossa edição de hontem saiu muito aquem da expectativa em conseqüência de terem adoecido operários da secção da composição, obrigando-nos assim ao sacrifício de materia redaccional cuja inserção foi absolutamente impossivel.”

Foi no meio de tanto sofrimento, que nós – curitibanos – choramos pelo falecimento do grande compositor paranaense, Augusto Stresser, uma vítima dentre as inúmeras vítimas desta verdadeira catástrofe da saúde pública mundial. E aqui, diante do computador, eu me pergunto: quantas outras óperas, quantos inúmeros concertos, quanta música de boa qualidade ainda poderia ter sido por ele escrita, se a morte não o tolhesse tão cedo?


SAIBA MAIS

http://historia.abril.com.br/fatos/furia-gripe-espanhola-433549.shtm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Stresser

Livros
Literatura: O Mez da Grippe, Valêncio Xavier, Companhia das Letras, 1981
Gripe: A História da Pandemia de 1918, Gina Kolata, Record
A História e suas Epidemias, Stefan Cunha Ujvari, Senac,

quinta-feira, 3 de março de 2011

Stresser, o compositor que Curitiba esqueceu.

Stresser, o compositor que Curitiba esqueceu.

Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de julho de 1991

Quando o advogado Renê Dotti assumiu a Secretaria da Cultura, uma das primeiras pessoas que lhe solicitaram uma audiência foi a professora Marisa Mendes Sampaio. Pesquisadora incansável de nossa vida cultural, a ele recorreu com a esperança de poder reaver os originais e fotografias únicas de um livro sobre o compositor Augusto Stresser, extraviado na administração anterior - no infeliz governo José Richa.

Apesar das medidas administrativas tomadas por Dotti, os preciosos originais continuam desaparecidos - para desespero da autora e dos descendentes do biografado, que lhe haviam confiado únicas cópias de fotos do arquivo familiar. Só no finalzinho do governo, Álvaro Dias, não se sabe como, apareceu o pacote com o precioso material - originalmente encaminhado para avaliação e possível publicação.

Já totalmente descrente de qualquer chance de ver o resultado de anos de pesquisas ser editado, a professora Marisa preferiu devolver as fotos ao Sr. Milton Stresser, 78 anos, um dos três filhos de Augusto ainda vivos (os outros são Gastão e Guiomar) e desistiu de tentar publicar o livro - ao mesmo através de órgão oficial. Afinal, sofreu por mais de cinco anos a angústia de ter confiado numa secretaria dita de Cultura - e na qual burocratas siquer respeitam trabalhos de tanta importância. Em sua primeira administração quando sofria violenta oposição pela implantação de medidas que, na época, eram pouco entendidas pela população (como o fechamento da rua XV de [Novembro]) o então jovem prefeito Jaime Lerner teve entre seus poucos aliados na imprensa os jornalistas Adherbal e Ronald Stresser.

No comando do "Diário do Paraná" e TV Paraná, os Stresser apoiaram Lerner e, em certo momento de crise maior, praticamente garantiram a sua permanência na Prefeitura. Grato, na época, pela ajuda, Jaime aceitou a sugestão que fizemos quando da inauguração do teatro do Paiol e deu o nome de "Biblioteca Augusto Stresser" para uma unidade de leitura ali instalada. Com bons livros e uma atividade [intensa] beneficiando o bairro do Guabirotuba - que não dispunha (como continua não dispondo) de qualquer outra biblioteca - a mesma cumpria uma bela missão. Infelizmente, poucos meses depois de Lerner ter deixado a Prefeitura, a biblioteca foi desativada.

Até a placa de bronze que registrava o nome do patrono desapareceu. O espaço que ocupava foi transformado em depósito e continua assim até hoje. (*). Apesar de Lerner ter retornado já por duas vezes a chefia do executivo Municipal, a biblioteca Augusto Stresser não foi ainda reaberta.

Na atual administração - em que o setor cultura vem hostilizando amplas áreas da cidade - sugestões feitas a respeito acabaram também sendo totalmente esquecidas - para mágoa da família Stresser, conforme aqui denunciamos repetidas vezes. Nota (*) A Biblioteca Augusto Stresser foi inaugurada na manhã de um sábado, 24 de março de 1973, com a presença dos familiares do homenageado. Funcionou ativamente na primeira administração de Jaime Lerner.



Nota: A Matéria foi extraída do Blog Tablóide Digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch .

O assunto nos direciona a questionar momentos políticos que permeiam a obra do brilhante compositor e a necessidade que temos de resgatar a memória dos Artístas Paranaenses, em especial para este momento :Augusto Stresser

Possivelmente informações mais atualizadas identifiquem que boa parte do conteúdo desta matéria, haja sofrido alteração e mudanças de conceito e critério.

A ação de resgate como a que propomos e estamos implementando: Montagem da Ópera Sidéria, visa influir em todo este contexto, objetivando que tais mudanças se tornem positivas, e que situações como a abordada na matéria,descrevam situações mais felizes.

Continuamos aguardando que os seguidores e demais visitantes nos auxiliem com material para divulgação neste espaço:

Tópicos como: Moda - Política - Filosofia - Padrão Social - Arquitetura - Fotografias - etc. são bem vindos (devem abordar sobretudo o péríodo em que Augusto Stresser viveu e compôs a Ópera Sidéria).

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Filme Augusto Stresser - Integra

Esta feliz contribuição ao Blog, foi cedida gentilmente pelo Sr. Ronad Stresser Junior - Bisneto de Augusto Stresser.

A obra criada pela família é didática e muito elucidativa sobre a vida deste brilhante artísta, e nos delicia ainda com fundo musical em piano: Prelúdio e o Lavrador.

A produção da Ópera Sidéria, agradece o apreço e carinho com que todos os familiares de Augusto Stresser têm auxiliado para que este Blog possa tornar público aspectos interessantes do Artísta e suas Criações.

Conclamamos a todos os visitantes e seguidores que deixem seus comentários e sugestões que possam nos instruir para melhoria, e se possível contribuam tambem, com material que faremos postar aqui, para conhecimento e divulgação junto a comunidade.



O documentário foi produzido, editado e filmado originalmente em Super-8, por Milton G. Stresser, narrado por Tonio Luna e musicado por Cláudio Stresser (que executa no piano a fantasia Prelúdio, de autoria de Augusto Stresser em homenagem ao cinquentenário do Paraná).

O filme, posteriormente foi transcrito do original para vídeo pelo videomaker paranaense Harry Luhm. Na trilha sonora também podemos ouvir um trecho original da Ópera Sidéria

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Moda Feminina em 1909 - 1912 (primeira parte)

MODA FEMININA EM 1909 – 1912
(Primeira parte)


No século XX, a moda feminina tornou-se tendência e objeto de desejo e consumo, e passou por transformações substanciais. No início do século, espartilhos apertadíssimos davam às mulheres elegantes a sinuosa forma em “S”, com a cintura muito fina, os seios projetados para frente entre nuvens de rendas e babados, e os quadris projetados para trás.


Mas já por volta de 1908, os espartilhos e as saias longas e amplas começaram a ser ligeiramente modificadas, tornando-se mais lineares. O busto já não era tão empurrado para frente, nem os quadris tão para trás.




Em 1910, o Balé Russo apresentou com grande sucesso e repercussão, a obra Schéhérazade, com guarda roupa criado por Leon Bask. E estudiosos apontam este ballet, como o evento significativo para a onda de orientalismo que modificou substancialmente a moda feminina dos anos subseqüentes.
Os tons claros e malvas foram abandonados, em favor de cores fortes e até espalhafatosas. Drapeados suaves substituíram os antigos corpetes rígidos e saias em forma de sino. As saias ficaram estreitas na base, afuniladas a tal ponto que as mulheres não conseguiam dar passos maiores que cinco ou oito centímetros. Mais curtas, deixavam aparecer botas delicadas, e as rendas do período precedente foram substituídas pelos botões, pregados como decoração até em lugares inusitados.



Com as saias estreitas, usavam-se chapéus muito grandes, enfeitados com plumas, peles ou flores artificiais, o que produzia o efeito de estreitar ainda mais os quadris. A silhueta, em total contraste com os figurinos da moda precedente, era a de um triângulo com a base para cima.




No ano de 1912, enquanto em Curitiba(PR) estréia a Ópera Sidéria, em Paris foi lançada a “La Gazette Du Bon Ton”, revista de moda direcionada para a elite da época, feita em papel de boa qualidade, com ilustrações dos melhores costureiros. Em seu conteúdo, além da moda, também artigos de estilo e beleza.
O título da revista, evocando requinte e bom gosto ao conceito francês, tinha como objetivo trazer para o universo da moda, o reconhecimento como uma expressão de arte, assim como a pintura, escultura ou desenho. O primeiro editorial da revista, afirmava; “A roupa de uma mulher é um prazer para os olhos que não pode ser considerado inferir ao de outras artes.”




(“La Gazette Du Bon Ton”, capa da primeira edição/1912)


SAIBA MAIS
A roupa e a moda, Uma história concisa. LAVER, James. Tradução Glória Maria de Mello Carvalho, Ed Companhia das Letras, 1990
http://blog.mulhersingular.com.br/tag/moda-de-1800/

Matéria de : Elaine Novaes Falco.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Curitiba, Augusto Stresser



Trata-se de um vídeo sobre Augusto Stresser e sua obra, será postado aqui em partes - foi coletado no Youtube em produção enviada pelo Sr. Mário Mendonça, em homenagem a Augusto Stresser.

Nota especial: O Sr. Ronald Stresser editou comentário que doravante faz parte deste expediente:

Do acervo particular da família Stresser, produzido pelo meu tio Milton Stresser e pelo cineasta paranaense Harry Luhm. No piano meu primo o pianista Cláudio Stresser, executando trecho da fantasia Prelúdio. Milton e Cláudio já são falecidos. O vídeo acima foi disponibilizado no YouTube pelo meu primo Lauro Stresser, filho do Milton. Disponibilizei também uma versão deste documentário, na íntegra, em http://www.facebook.com/v/129746710380358

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ART NOUVEAU - CURITIBA 1909 A 1912

CURITIBA 1909 A 1912
ART NOUVEAU

Por: ELAINE NOVAES FALCO

Em algum dia de 1909, na pacata cidade de Coritiba, o jovem Augusto Stresser sentou-se em sua bela escrivaninha, molhou em tinta sua caneta de bico de pena, e escreveu à mão as últimas notas que compunham canções de sua imaginação, árias e coros que contavam uma história de amor, morte e traição.

Três anos depois, às 21 hs do dia 03 de maio de 1912 e em sucesso retumbante, a elite cultural e política do Paraná acomodava-se nas cadeiras do Theatro Goayra, para assistir à elegante estréia da ÓPERA SIDÉRIA, a primeira ópera genuinamente paranaense. Na platéia, presente o Excelentíssimo Senhor Presidente do Estado. No espetáculo, solistas do Rio de Janeiro especialmente convidados, músicos da cidade e de outros estados, e um coro de cinqüenta vozes locais, cantores nos corais nas igrejas da cidade.

Mas como era Curitiba (ops! Desculpem, é o hábito! De novo...). Mas como era Coritiba, naquela primeira década do século XX? Que acontecia no mundo da arte, que influenciava o sensível Augusto em sua pacata cidade?

O início do século XX é um período curioso. Para o passado ficava a tenebrosa herança da escravidão, e o mundo parecia mais justo sob o olhar abolicionista. E naqueles primeiros e alegres anos do início de século, nada havia que pudesse antecipar as duas terríveis grandes guerras mundiais que, ao final, tornar-se-iam os eventos marcantes do século XX.

Mas um sentido de crise ainda paira no ar. Profundas mudanças sociais já são perceptíveis, surgiram os produtos, comércio e propaganda das primeiras revoluções industriais. É necessário lembrar que, embora a idéia da mudança tecnológica e de suas conseqüências seja usual para a contemporaneidade, era uma novidade sem precedentes históricos, para aqueles que viveram no limiar do século XX.

Em todo o mundo – e até mesmo na nossa pacata Coritiba! -, sente-se esta urgência do “novo” e do “moderno”, de forma tão ostensiva como a conhecemos hoje, no ambiente urbano. Com o advento da iluminação pública, e consequentemente dos dias mais extensos e também mais trabalhosos, até mesmo o espaço urbano passa a ser adequado aos “novos tempos”. Carros, telefones, fotografias e até cinemas mudam costumes antigos e arraigados. A pesquisa e utilização de opções tecnológicas mais adequadas resultam em uma nova estética, que torne visível a mudança de paradigma também na arquitetura, engenharia e urbanismo.

No início do século XX, os cânones artísticos e a hierarquia das Belas Artes, como impostos pelas Academias de Arte oficiais, havia resultado em uma mercantilização das obras de arte então produzidas. Os trabalhos aceitos e premiados nos salões oficiais seguiam cânones formais, em composições aparentemente uniformizadas, e transformaram a produção artística em uma mercadoria cada vez mais voltada ao benefício dos detentores de sólido poder financeiro, atendendo apenas ao mercado de encomendas do Estado ou de particulares. De certa forma, pode-se dizer que era uma arte de imitação, pomposa e estacionária.

Acrescente-se a este fato, que a pintura de cavalete – que resulta em uma obra autônoma de fácil transporte – havia rompido a tradição de séculos, em que a obra de arte era parte inerente da arquitetura. A separação da arquitetura das belas-artes teve resultado desastroso para a escultura. Neste período, à exceção do gênio de Rodin, não se tem a projeção de nenhum escultor (a), tampouco a execução de obras escultóricas significativas. Neste contexto, os artistas excluídos ou discordantes da política dominante no cenário artístico oficial, ou aqueles que não se mantinham imunes às mudanças sociais que presenciavam e sentiam necessidade de absorver e expressar através da própria produção artística, afastavam-se dos centros oficiais de arte e criavam espaços alternativos de exposição, troca de idéias e pesquisa, até o ponto em que a própria Academia e seus Salões oficiais passaram a perder o prestígio de antes.

(Cartaz de Miucha)
No final do século XIX, a Europa viu surgir uma nova estética, a que muitos se referiam como a Arte Nova, e acabou registrada pela história como “Art Nouveau”. E é inegável que o movimento influenciou os artistas de toda uma geração, e tem uma memória surpreendentemente longa na sociedade, até hoje relembrada nostalgicamente como a Belle Époque. São deste período os cartazes publicitários de Mucha, os cartazes do Moulin Rouge por Tolouse Lautrec, as estamparias das telas de Klimt, as jóias e os vitrais de Vever, Tiffani e Lalique.

(Victor Horta, detalhe de um portão)
Entretanto, poucos artistas são especificamente identificados com o movimento. Curiosamente, a memória histórica registrou a temática da natureza estilizada, a estética orgânica das composições e artes aplicadas, os cartazes publicitários, móveis e jóias, linhas curvas e composições sinuosas, mais do quê o nome dos artistas que os produziram.

(Vitral da Tifanny)
É possível que para esta realidade, concorra o fato de que muitos dos artistas de vanguarda, com obras únicas e propostas inovadoras, tenham experimentado o estilo ou a temática em alguma fase de suas produções. Os artistas da Art Nouveau elegeram a flor estilizada, como o elemento predominante. E também de maneira definitiva, acrescentam-se as estilizações da árvore com as folhagens, o lis, a íris, a trepadeira, a papoula, o pavão (considerado uma ave-flor), predominando a linha ondulante. A figura feminina ressurge, com graça ondulante, sensualidade e delicada suavidade, cabelos em longas volutas, panejamentos em movimentos harmônicos.
A Art Nouveau, presente nas estamparias, na publicidade, nas jóias, na arquitetura e no urbanismo, acarretou uma verdadeira explosão de criatividade em todo o mundo, inclusive em nosso país.

Em Curitiba, além dos portões do Passeio Público, também o prédio do antigo Museu Paranaense (hoje Paço da Liberdade, restaurado pelo SESC) ainda preserva o estilo e a influência da Art Nouveau na cidade.




E esta urgência do “novo” e do “moderno”, também foi sentida na música. E como uma passagem natural do romantismo precedente, os temas e melodias tornaram-se nacionalistas, buscando nas raízes de cada povo, de suas histórias, canções e harmonias, o som de um novo mundo.

Interessante observar que Augusto Stresser é contemporâneo de Villa Lobos. Em 1912, ano de estréia da ópera Sidéria, Villa Lobos estava com 25 anos e já com seu característico estilo modernista delineado. No ano seguinte, 1913, Heitor se casaria com a pianista Lucilla Guimarães. Em 1917 compôs Danças Características Africanas, e em 1917 (um ano antes do falecimento de Augusto Stresser), Villa Lobos terminou de compor os bailados Amazonas e Uirapuru.

Assim comparando, não é de estranhar a escolha temática de Augusto Stresser, pelo Cerco da Lapa e a história de sua amada cidade, tampouco o romantismo inerente e a feminilidade louvada, sob sua autoria.

SIDÉRIA, portanto, é uma ópera que reflete não só a sensibilidade de seu compositor, mas também a esperança da população da Coritiba do início de século, por inserir nossa pacata cidade em um ambiente de modernidade e cultura, e artisticamente atuante no cenário nacional.

QUER SABER MAIS SOBRE ART NOUVEAU?
(referências bibliográficas)
[1] A Arte Nova, Champigneulle, B. Tradução de Maria Jorge Couto Viana. Editorial Verbo, 1984
[2] Do Rococó ao Cubismo, na arte e na literatura. Sypher, Wylie. Tradução de Maria Helena Pires Martins. Editora Perspectiva, 1980
[3] Arte Moderna. Argan, Giulio Carlo. Tradução Denise Bottmann e Federico Carotti. Companhia das Letras, 2ª reimpressão, 1993
[4] História Social da Arte e da Literatura. Hauser, Arnold, tradução Álvaro Cabral. Martins Fontes, 1ª edição abril de 1995, 4ª tiragem agosto 2003, Coleção Paidéia.
[5] Profissão Artista, Pintoras e Escultoras Acadêmicas Brasileiras. Simioni, Ana Paula Cavalcanti. EdUsp/Fapesp – 2008.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Repercussão

Repercussão
A repercussão da estréia foi estampada em vários jornais locais do dia seguinte como sendo um estrondoso sucesso e no decorrer da semana o fato foi mencionado na imprensa nacional. A revista “Fon-Fon” (periódico carioca de grande prestígio na época) dedicou quatro páginas para a obra de Augusto Stresser[1].

Trechos de artigos de jornais locais (grafia de época):

“...nunca se pensou que o sr. Augusto Stresser pudesse ter tanto êxito nesta sua incursão pelo caminho da música trazendo com ele, Léo Kessler. É natural e digno que se registre a bem da verdade, que já se conhece a sua capacidade artística. Vale a notar a sua ardente e feliz inspiração, que combina a se acasala com o clima que a Capital lhe deu como cenário magnífico da ópera...”[2]

“...o theatro achava-se, como nos dias da primeira e segunda apresentações, literalmente cheio, vendo-se na platéia e nos camarotes o que de mais distincto tem a nossa sociedade. ...sob essa atmosfera sympatica subiu o panno e ouviu-se a suggestiva canção do lavrador, cantada com muita expressão e sentimento pelo sr. Constante Fruet. ... a senhorita Marietta Bezerra é realmente o centro grandioso daquella constellação artística. Ingenua e infantil no 2° acto, torna-se altamente dramática as scenas intensas que se desenrolam depois...”[3]


Esta montagem foi apresentada mais sete vezes no Theatro Guayra, todas com casa cheia, e mais duas vezes em Ponta Grossa.

Nas primeiras décadas do século XX algumas músicas e canções da ópera se popularizaram entre a sociedade paranaense, tanto que “Serenata” e “Romanza” eram, constantemente, ouvidas em recitais de piano. A "Serenata" foi gravada pelo soprano Marília Vargas e lançada no CD "Todo amor desta terra" em 2008. A partitura original de Sidéria foi doada, pela família, para o Centro Cultural Teatro Guaíra.

Annibal Requião, pioneiro do cinema paranaense e amigo de Augusto, registrou em imagens a primeira montagem da ópera paranaense e estas imagens, décadas depois, foram utilizados num documentário sobre a vida de Augusto Stresser que morreu, aos 47 anos, decorrente da gripe espanhola, seis anos depois de aclamado por sua grande obra.

(Fonte: Wikipédia)

Sobre a obra

Sidéria
A música já fazia parte da vida de Augusto Stresser desde os seus primeiros anos e deste interesse nasceu o sonho: compor uma ópera genuinamente paranaense. Foi com o primo Jayme Ballão que Augusto começou a transformar este sonho em realidade. Ambos trabalharam em uma pequena ópera de dois atos e quando pronto surgiu o problema da orquestração, pois Curitiba, no início do século XX, não contava com pessoal habilitado para tal serviço. Somente em 1911, quando a Companhia de Operetas Alemã Papke, regida pelo maestro Léo Kessler, dissolve-se após algumas apresentações no antigo Theatro Guayra, é que Jayme e Augusto executam a orquestração com o auxilio de Léo. Nesta finalização a ópera sofreu algumas alterações e ganha o acréscimo de um ato.

Batizada de Sidéria em homenagem a sua filha, Augusto estreou a primeira ópera do Paraná em 3 de maio de 1912[5] no Theatro Guayra, com grande sucesso.
A ópera conta o amor trágico de uma jovem em meio à Revolução Federalista.
Interpretado por um elenco amador, a ópera teve a seguinte formação em sua estréia:
• SIDÉRIA - Marietta Bezerra (soprano);
• THYLDE - Josepha Correia de Freitas (soprano);
• ALCEU - Jorge Wucherpfenning (tenor e único profissional, remanescente da Companhia de Opereta Alemã Papke);
• PAULO - Constante Fruet (barítono);
• JUVENAL - Jorge Leitner (tenor);
• CAMPONESA - Ana Kirchgaessner (mezzosoprano);
• CAMPONESES - José Buzetti Mori e Luis Romanó.

Sinopse

"Sidéria" é uma ópera do gênero “tragédia” de três atos que tem como pano de fundo o conflito da Revolução Federalista; conflito este que Curitiba e a cidade da Lapa tinham vivenciado havia pouco tempo e de forma mais dramática a cidade que dista 60 km da capital e que enfrentou os revoltosos, tendo ocorrido violentos confrontos e que entrou para a história como “Cerco da Lapa”.

I Ato

O primeiro ato desta ópera transcorre na casa de Sidéria, jovem ingênua e singela de 15 anos que mora com o pai, Paulo, em um vilarejo de camponeses. Sidéria é desejada por Juvenal, mas esse amor não é correspondido. Juvenal, magoado, trai a confiança de Paulo e Sidéria quando delata para as autoridades o paradeiro de Alceu, um jovem que é perseguido por seus ideais políticos e que em fuga, chega ao vilarejo e é acolhido por Paulo. Neste convívio, Sidéria apaixona-se por Alceu e é esta paixão o estopim da traição de Juvenal. Neste ato é apresentado canções de camponeses "na lida", canções que exaltam a primavera e que festejam o aniversário de Sidéria. Em dueto, Sidéria e Juvenal, cantam o nascer de um amor e em coro os camponeses manifestam sua tristeza pelo ato traidor de Juvenal.

II Ato

O segundo ato desenvolve-se na praça, próximo ao acampamento federalista, onde Alceu esta preso e ali se passa toda a movimentação militar do vilarejo. Neste ato, uma nova personagem entra em ação: Thylde, noiva de Alceu e que esta a procura do amado. Sidéria e Thylde tornam-se amigas e num primeiro momento a noiva não desconfia da paixão de Sidéria por Alceu. Na iminente execução de Alceu, Thylde empenhasse em salvar o noivo e assim o faz, mas Alceu já esta totalmente dominada de paixão por Sidéria. Juvenal tenta reverter à indiferença de Sidéria pelo seu amor e na nova negativa comete ato insano ao matar Sidéria a punhaladas e logo em seguida se suicida. As canções do segundo ato se concentram no sofrimento da prisão e na tragédia de Sidéria, bem como no desencanto do amor tanto de Thylde como de Juvenal. Algumas canções representam o sarcasmo e zombaria por parte dos soldados com o preso e o vilarejo.



III Ato

O terceiro e último ato transcorre no túmulo de Sidéria. Ali ocorre a aflição do pai e o desespero do amado Alceu que é confortado pela ex-noiva. Alceu tem acessos de alucinação quando a jovem morta aparece para ele, em sonho, na forma de sombra e cercada de anjos. Sidéria, no sonho, suplica para que Alceu a acompanhe e como essa seja a intenção de Alceu, o jovem cai fulminado sobre o túmulo de Sidéria. Entre os camponeses cria-se uma lenda de que o local de sepultamento de Sidéria, espontaneamente, nasce uma roseira florida cobrindo o túmulo. As canções desta última parte referem-se à tristeza pela morte de ambos os jovens, a tristeza do amor perdido de Thylde, um hino entoado pelos anjos, um dueto entre Alceu e Thylde recordando o passado, um coro infernal zombando de Juvenal e um solo orquestral na última cena, quando bate meia-noite e Alceu morre, espontaneamente, enquanto ao fundo ouve-se o grito de Thylde ao descobrir o corpo de Alceu, e assim, lentamente, as cortinas cerram-se.

(Fonte:Wikipédia)

Ópera Sidéria.


(Foto cedida pela Sra. Bea Stresser - Neta de A. Stresser que colaborou com o Blog)

A Ópera Sidéria, que conta o amor trágico de uma jovem em meio à Revolução Federalista, estreou em 1912, no Teatro Guaíra, com grande sucesso. Augusto Stresser fez sua passagem ao mundo espiritual no dia 18 de novembro de 1918, aos 47 anos de idade.

Augusto Stresser nasceu em Curitiba, capital do estado do Paraná, no dia 18 de julho de 1871. Ele foi um maestro do Brasil, além de jornalista e ilustrador do jornal O Guarany, artista plástico, escritor e funcionário graduado da Delegacia do Tesouro Nacional no Paraná.

Além de compositor, Augusto Stresser também foi desenhista, pintor, poeta, jornalista e pioneiro da fotografia. O gosto musical levou-o a tocar flauta, flautim, contrabaixo e piano. Como compositor, assinou a mazurca Pérolas da noite, a fantasia Prelúdio e um hino em homenagem ao cinqüentenário do Paraná.

Augusto Stresser começou na música cedo, dedicou-se ao estudo da flauta e do contra-baixo. Posteriormente, tocou na orquestra da Catedral Metropolitana de Curitiba. Stresser foi o compositor da primeira ópera do Paraná, Ópera Sidéria.
(fonte:blogspotpulsoeletromagnetico)

Este Blog visa primordialmente identificar a obra e difundir a montagem e realização desta Ópera que ocorrerá nos anos de 2011 e 2012 em Curitiba, por iniciativa de amantes da música e da história do Estado do Paraná.