quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Sobre a obra

Sidéria
A música já fazia parte da vida de Augusto Stresser desde os seus primeiros anos e deste interesse nasceu o sonho: compor uma ópera genuinamente paranaense. Foi com o primo Jayme Ballão que Augusto começou a transformar este sonho em realidade. Ambos trabalharam em uma pequena ópera de dois atos e quando pronto surgiu o problema da orquestração, pois Curitiba, no início do século XX, não contava com pessoal habilitado para tal serviço. Somente em 1911, quando a Companhia de Operetas Alemã Papke, regida pelo maestro Léo Kessler, dissolve-se após algumas apresentações no antigo Theatro Guayra, é que Jayme e Augusto executam a orquestração com o auxilio de Léo. Nesta finalização a ópera sofreu algumas alterações e ganha o acréscimo de um ato.

Batizada de Sidéria em homenagem a sua filha, Augusto estreou a primeira ópera do Paraná em 3 de maio de 1912[5] no Theatro Guayra, com grande sucesso.
A ópera conta o amor trágico de uma jovem em meio à Revolução Federalista.
Interpretado por um elenco amador, a ópera teve a seguinte formação em sua estréia:
• SIDÉRIA - Marietta Bezerra (soprano);
• THYLDE - Josepha Correia de Freitas (soprano);
• ALCEU - Jorge Wucherpfenning (tenor e único profissional, remanescente da Companhia de Opereta Alemã Papke);
• PAULO - Constante Fruet (barítono);
• JUVENAL - Jorge Leitner (tenor);
• CAMPONESA - Ana Kirchgaessner (mezzosoprano);
• CAMPONESES - José Buzetti Mori e Luis Romanó.

Sinopse

"Sidéria" é uma ópera do gênero “tragédia” de três atos que tem como pano de fundo o conflito da Revolução Federalista; conflito este que Curitiba e a cidade da Lapa tinham vivenciado havia pouco tempo e de forma mais dramática a cidade que dista 60 km da capital e que enfrentou os revoltosos, tendo ocorrido violentos confrontos e que entrou para a história como “Cerco da Lapa”.

I Ato

O primeiro ato desta ópera transcorre na casa de Sidéria, jovem ingênua e singela de 15 anos que mora com o pai, Paulo, em um vilarejo de camponeses. Sidéria é desejada por Juvenal, mas esse amor não é correspondido. Juvenal, magoado, trai a confiança de Paulo e Sidéria quando delata para as autoridades o paradeiro de Alceu, um jovem que é perseguido por seus ideais políticos e que em fuga, chega ao vilarejo e é acolhido por Paulo. Neste convívio, Sidéria apaixona-se por Alceu e é esta paixão o estopim da traição de Juvenal. Neste ato é apresentado canções de camponeses "na lida", canções que exaltam a primavera e que festejam o aniversário de Sidéria. Em dueto, Sidéria e Juvenal, cantam o nascer de um amor e em coro os camponeses manifestam sua tristeza pelo ato traidor de Juvenal.

II Ato

O segundo ato desenvolve-se na praça, próximo ao acampamento federalista, onde Alceu esta preso e ali se passa toda a movimentação militar do vilarejo. Neste ato, uma nova personagem entra em ação: Thylde, noiva de Alceu e que esta a procura do amado. Sidéria e Thylde tornam-se amigas e num primeiro momento a noiva não desconfia da paixão de Sidéria por Alceu. Na iminente execução de Alceu, Thylde empenhasse em salvar o noivo e assim o faz, mas Alceu já esta totalmente dominada de paixão por Sidéria. Juvenal tenta reverter à indiferença de Sidéria pelo seu amor e na nova negativa comete ato insano ao matar Sidéria a punhaladas e logo em seguida se suicida. As canções do segundo ato se concentram no sofrimento da prisão e na tragédia de Sidéria, bem como no desencanto do amor tanto de Thylde como de Juvenal. Algumas canções representam o sarcasmo e zombaria por parte dos soldados com o preso e o vilarejo.



III Ato

O terceiro e último ato transcorre no túmulo de Sidéria. Ali ocorre a aflição do pai e o desespero do amado Alceu que é confortado pela ex-noiva. Alceu tem acessos de alucinação quando a jovem morta aparece para ele, em sonho, na forma de sombra e cercada de anjos. Sidéria, no sonho, suplica para que Alceu a acompanhe e como essa seja a intenção de Alceu, o jovem cai fulminado sobre o túmulo de Sidéria. Entre os camponeses cria-se uma lenda de que o local de sepultamento de Sidéria, espontaneamente, nasce uma roseira florida cobrindo o túmulo. As canções desta última parte referem-se à tristeza pela morte de ambos os jovens, a tristeza do amor perdido de Thylde, um hino entoado pelos anjos, um dueto entre Alceu e Thylde recordando o passado, um coro infernal zombando de Juvenal e um solo orquestral na última cena, quando bate meia-noite e Alceu morre, espontaneamente, enquanto ao fundo ouve-se o grito de Thylde ao descobrir o corpo de Alceu, e assim, lentamente, as cortinas cerram-se.

(Fonte:Wikipédia)

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